quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sabor das cores e os buracos no chão.


A estrada é tela

Pernas são pincéis e passos pinceladas.

Olhos são olhos

Formadores do espírito guerreiro

Lutam contra a superfície meramente material da terra e dos lábios em silêncio.

Somos vatapá, carurú, tambor de maracatú.

É festa,

é guerra,

Sexo sangue e enxada.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Venta


Venta, e é cinza o tempo.

Venta e giram ventiladores desligados,

tapetes tomam vida,

portas vão e vem ou batem,

plantinhas dançam.

Venta mas o barulho dos homens é o mesmo.

Buzinas dos carros pequenos sobre os freios dos ônibus e caminhões.

Motos magrelas ecoando por detrás dos muros de prédios, salões de comércio barato e calvos campos de futebol esquecidos pelos moleques da rua.

Maritacas cantam, claro, uma aqui e outra lá, não estão em bando dessa vez.

Será que elas sabem das mudanças?

Será que as maritacas tem esperança?

São 13:55 parecendo 16:55

Venta

Já não é mais tão cinza o tempo.




terça-feira, 20 de setembro de 2011

rapidinhas


"dos dedos de quem escreve saem coisas que viram outras na cabeça de quem as lê. nos olhos de quem olha brilham mantras de um vida toda, pedaços de mosaico, agentes do instante, intrigante curiosidade despertada por um rabo de olho nú. é claro que tem muito chão, e tem muito chão, mas tem nuvem também. equilíbrio."



"Amor

Em tanto tango

Costura retalhos

Dessa vida maluca.

É tanta textura

Tintas e formas e bolhas

Tolas de tão sérias

Amigas de tão mudas

Lindas.

O sabor dos passos

Podem crer

Meus amigos

Está ao alcance

Da língua."



"HÁ! A moda.......................A moda é um bagaço. Sabe? Bagaço de fruta? De laranja? Então.....é isso. Daí de vez em quando vem alguém e joga um açuquinha em cima, da uns tapa, e tá lá, o bagaço todo "original". Tem gente que acha né, acha que é novo, pessoal, tem que afirmar, tão seguro. Idéia, roupa, música, jeito, medo, mania, palavra. É tudo bagaço, tem problema não! Mas tem que saber que é bagaço, senão um dia a cara quebra.....tem jeito não."
- Felícia Alves -


"muitas vezes, a razão é um bêbado de salto alto sobre um chão de lama e pedras escorregadias. da sua garrafa ele beberica certezas, convicções, idéias que são como animais empalhados: um dia foram bichos vivos, dinâmicos, sedentos e desconfiados. hoje são apenas pose em verniz lustroso, com aquela cara de combate imóvel, mostrando os dentes e com a pele impermeabilizada. esse não aprende mais nada."