terça-feira, 30 de novembro de 2010

vida safada

vida safada.

diz-me que sei,

que já passou a tormenta,

mas lá vem outra onda que rebenta.



talvez eu passe os dias todos na maré alta

ensopado por viver

inevitavelmente em movimento

nadando por correntes duvidosas

pouco familiares.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

mais um pedaço

Sobre os muros,
poças d´água.
Infiltrações esverdiadas dão o tom à chuva magra.

Mamangavas sibilam pretas dentro dos encanamentos roucos das árvores sem seiva.

sábado, 13 de novembro de 2010

uns pedaços

"mas na areia caminha com uma instabilidade deliciosa, de chinélo"


"o abajur é fraco, mais amarelado que o jornal do dia 4."


"frágil uva sem casca. largada na rua dom pedro segundo, no meio da calçada."


"era noite, quase ano novo, e algumas gotas ainda escorriam por entre as rugas murchas dos coqueiros enfileirados na calçada.
dentro duma varanda cheia de amarelo e maresia dizia-se pouco ou quase nada sobre as vermelhas coxas da vizinha entediada.
o som das palavras eram rabiscos no papel pautado, eram vozes em bolhas de cerveja estourando ao serem cravejadas pelo sal do vento"

terça-feira, 9 de novembro de 2010

contra a situação geral das coisas #5

todos os dias nascem deuses.....

todos os dias nascem deuses.....

todos os dias nascem deuses!

a frase é de uma música do nação zumbi e eu boto fé:

somos deuses

divinos

grãos dum mar olimpo.

somos reinos

cristos

pólen de uma flor gigante em riso.


de que deus é esse que falam os padres, pastores e bispos?

porque tanta linguagem, ouro e máscaras?

qual Céu é esse, tão distante, que é chamado de céu?

Porque não Terra? Solo? Olho? Paz?





É nefasto o fato de que podar pessoas tenha se transformado no negócio mais bem sucedido da humanidade.