quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Mensagem da Virada

comecei a ler um livro do Deepak Chopra. Na minha cabeça o cara era tipo um pop-star do bem-estar, e realmente é. Um pop-star do bem-estar. Antes eu via isso de forma negativa, carga da grande quantidade de merda disseminada sob a alcunha do pop, popular, do "na moda". Mas, após algumas páginas lidas, vi que não era uma coisa ruim. O cara realmente encherga, e descreve o que vê de forma bela e sincera, sem sinais da podridão moderna. Assim, fiquei feliz que um material desse tenha conseguido o status de pop.
Segue abaixo um trecho de uma das últimas páginas do livro. Eu tava pensando sobre a virada de mais um ano que se aproxima e, por algum motivo, abri o livro no final, mesmo estando apenas no começo. Recebi, de presente do "acaso", essa linda mensagem que fala tudo. Passo ela para vocês, como presente e energia de Ano Novo.



"Somos todos viajantes de uma jornada cósmica - poeira de estrelas, girando e dançando nos torvelinhos e redemoinhos do infinito. A vida é eterna. Mas suas expressões são efêmeras, momentâneas, transitórias. Gautama Buda, fundador do Budismo, disse certa vez:

"Nossa existência é transitória como as nuvens de outono. Observar o nascimento e a morte do ser é como olhar os movimentos de uma dança.
Uma vida é como o brilho de um relâmpago no céu,
Levada pela torrente montanha abaixo."

Nós paramos um instante para encontrar o outro, para nos conhecermos, para amar e compartilhar. É um momento precioso, mas transitório. Trata-se de um pequeno parêntese na eternidade. Se partilhamos carinho, sinceridade, amor, criamos abundância e alegria para todos nós. Esse momento de amor é valioso."

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

se você é jovem ainda

pensando na vida, pra variar, lembrei de uma pérola, um clássico da filosofia popular. essa música faz bem mais sentido hoje do que quando eu era moleque.


Se você é jovem ainda (Chaves e a galera da Vila)

Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda,
Amanhã velho será, velho será, velho será!
A menos que o coração, que o coração sustente
A juventude, que nunca morrerá!

Existem jovens de oitenta e tantos anos,
E também velhos de apenas vinte e seis.
Porque velhice não significa nada,
E a juventude volta sempre outra vez!

Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda,
Amanhã velho será, velho será, velho será!
A menos que o coração, que o coração sustente
A juventude, que nunca morrerá!

E você é tão jovem quanto sente
Pode apostar: é jovem pra valer
E velho é quem perde a pureza
E também é quem deixa de aprender!

Não diga não à vida que te espera,
Pra festejar a alegria de viver,
Pra agradecer a luz do seu caminho,
E você vai com isso entender!

Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda,
Amanhã velho será, velho será, velho será!
A menos que o coração, que o coração sustente
A juventude, que nunca morrerá!

Nhonho: "Olha, olha turma! O Dr. Chapatin!
É o velho mais jovem que eu conheço!"

Dr. Chapatin: "Eu não sou velho, viu!
Sou uma pessoa vivida!"

Nhonho: "É, Dr. Chapatin,
Quantos anos o senhor tem, hein?"

Dr. Chapatin: "Eu? Todos!
Mas isso não te interessa, ouviu!
Jovem ainda!"

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

pensando durante o intervalo de almoço

não quero convencer ninguém de nada.

gostaria que percebessem, sentissem.

convencer tem a ver com argumento

e confesso não ter muitos.

o que tenho são sentimentos que me dão certezas.

meu empenho é escrever sentimentos, sensação, um suspiro.

é complicado!

quando me deparo com alguém que sente mais amor por uma equação balanceada do que por um ninho de pássaros repleto de ovinhos.....

bom, então vejo o quão longa e tortuosa é essa estrada.

bora nessa!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

não perca as crianças de vista - o rappa

Pra enxergar o infinito
Debaixo dos meus pés
Não basta olhar de cima
E buscar no escuro, no obscuro
A sombra que me segue todo dia

Deixo quieto e seguro as páginas dos sonhos que não li
E outra vez não me impeço de dormir

Os jornais não informam mais
E as imagens nunca são tão claras
Como a vida

Vou aliviar a dor e não perder
As crianças de vista

Família, um sonho ter uma família
Família, um sonho de todo dia

Família é quem você escolhe pra viver
Família é quem você escolhe pra você
Não precisa ter conta sanguínea
É preciso ter sempre um pouco mais de sintonia

Família

haikai #1

your skin....


full of imperfections....


i'm in heaven....


right now.

contra situação geral das coisas #6

um tom grosso, de grosseria.

a voz carregada de violência.

esse é um dos efeitos colaterais de se trabalhar,

de ser escravo de alguém por alguns "reais".

tenho atendido telefonemas de clientes e fornecedores

e posso dizer que essas pessoas esqueceram de como é ser poesia.

dirigem suas palavras como quem aponta uma carabina para um alvo,

o dedo coça, ansioso em apertar o gatilho ao mínimo sinal de movimento suspeito.


o desafio do trabalho moderno não ensina,

não sensibiliza,

não enriquece o espírito como os verdadeiros perrengues da Vida.

na Vida o grande martelo vem,

pressiona o ser contra a bigorna,

estilhaça a nossa unidade e espalha por diferentes cantos nossos pedaços em lascas.

cada pedaço, agora cada um em um lugar, observa o ambiente sob uma nova perspectiva.

o grande martelo, depois do estrago, transforma-se em vassoura, e começa a reagrupar nossos fragmentos.

o fragmento que antes estava por cima agora fica em baixo, aquele que ficava no centro agora esta mais pela periferia.

o fragmento que achava que não, depois de enchergar diferente enquanto estava separado do todo, agora acha que sim, ou talvez, ou pelo menos "por que não?".

o ser, depois do perrengue, é outro.

sofreu, quebrou, ficou em pedaços.

resistiu à força do vento, algumas lascas menores foram carregadas para longe, tinham que ser levadas para longe.

o ser, agora reformado, é rico.

muito mais rico do que era antes.

riqueza de verdade.

esse é o martelo da vida.

o que faz o martelo do trabalho?

ele bate, bate, bate, bate, sem descanso.

o ser, sendo pressionado ininterruptamente, não quebra.

não quebra por medo de quebrar, seria um absurdo!

ao invés disso o ser vai endurecendo, endurecendo......

suas partes foram tão subjulgadas que se espremem uma entre as outras, formando uma casca

dura e sem sentimentos, pronta para aguentar marteladas.

o ser, que agora já posso chamar de pedra, fica duro, seco.

o que vocês recebem por se transformarem numa pedra super resistente?

o que lhe foi ensinado depois de tudo isso, que riqueza real foi recebida?

nenhuma.

recebeu apenas algumas tiras de papel colorido, com desenhos e números em cima,

que você vai utilizar para manter forte e vigoroso o mesmo martelo que te fez pedra,

para que ele faça o mesmo com seus amados e vizinhos.






o ser vai diminuindo.......diminuindo........

e desaparece, sem deixar vestígios.

sábado, 11 de dezembro de 2010

citando sábios #2

esse é do próprio Rubem Alves, um mestre de sutilezas:

"Amamos não a pessoa que fala bonito, mas a pessoa que escuta bonito.... A arte de amar e a arte de ouvir estão intimamente ligadas. Não é possível amar uma pessoa que não sabe ouvir. Os falantes que julgam que por sua fala bonita serão amados são uns tolos. Estão condenados a solidão. Quem só fala e não sabe ouvir é um chato.... O ato de falar é um ato masculino. Fala é falus: algo que sai, se alonga e procura um orifício onde entrar, o ouvido.... Já o ato de ouvir é feminino: o ouvido é um vazio que se permite ser penetrado. Não me entenda mal. Não disse que fala é coisa de homem e ouvir é coisa de mulher. Todos nós somos masculinos e femininos ao mesmo tempo. Xerazade, quando contava as estórias das 1001 noites para o sultão, estava carinhosamente penetrando os vazios femininos do machão. E foi dessa escuta feminina do sultão que surgiu o amor. Não há amor que resista ao falatório".

citando sábios #1

segue abaixo trecho de Gaston Bachelard, citado por Rubem Alves no livro "Ostra feliz não faz pérola". Obrigado Rubem, por mais esse pedaço de belo bom-senso.


"Ergo suavemente um galho; um pássaro está ali chocando os ovos. Não levanta voo. Somente estremece um pouco. Tremo por fazê-lo tremer. Tenho medo que o pássaro que choca saiba que sou um homem, o ser que deixou de ter a confiança dos pássaros. Fico imóvel. Lentamente se acalma - imagino eu! - o medo do pássaro e o meu medo de causar medo. Respiro melhor. Deixo o galho voltar ao seu lugar. Voltarei amanhã. Hoje, trago comigo uma alegria: os pássaros fizeram um ninho no meu jardim".

domingo, 5 de dezembro de 2010

força forte

de qual força eu preciso mais?

meu pai tocando o violão,

a água caindo em peso do alto e por entre uma cachoeira.

não há força que seja forte senão sensível.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

eu paro e penso #3

um garotinho desenha ao meu lado.

é uma casa - ele diz.

é a casa de quem? - pergunto

é uma mansão, todo mundo pode morar nela.

Conclusões

as maiores coisas

as conclusões alimento

as respostas verdadeiramente poderosas

não cabem em verbos.

não podem ser expostas como quem aponta o dedo para um caminho

estruturadas em raciocínio parede.


as maiores respostas são verdades da alma

são sinceridades nuas, cruas, lindas.

as grandes conclusões são sentimentos, sensação.